segunda-feira, 2 de abril de 2012

Até o último oxigênio




- Quero estar com você, até o resto da minha vida – Disse-me ele.
Ele segurou a minha mão e ficou brincando com meus dedos. Fiquei observando seus movimentos, ainda acanhada, com um leve e profundo sorriso nos lábios. Eu desviava olhares sobre meu quarto e repentinamente observava o seu rosto com marcas de um pensamento intenso e nervoso. Eu estava feliz, de um jeito diferente pois sentia lágrimas surgindo em meus olhos emocionados, mas era a melhor sensação que eu já sentira. Notei que ele mexia carinhosamente em meu anel no dedo anelar – o anel que ganhei quanto completei meus 15 anos, a algum tempo atrás   e comecei a rir baixinho ao ver que ele fazia caretas enquanto brincava. Então, de repente, ele virou a pedra do meu anel para o palmo da minha mão, já com uma postura mais séria, fazendo com que o mesmo parecesse com uma aliança. Sua atitude embrulhou meu estomago e minha mão já começava a tremer. Ele olhou pra mim, com os olhos transbordando.
- É sério, eu preciso mesmo de você.
Eu o abracei e sei que foi o melhor abraço de todos. Depois de todos os desencantos e promessas não realizadas, sinto que que agora todo meu amor retorna novamente a mim e, na verdade, hoje eu não preciso de mais nada, se ele continuar andando e segurando firme a minha mão. Nos braços dele eu encontrei a segurança perdida, a paz que minha alma almejava, a luz de todos os momentos mais escuros. Legal, eu estou perdidamente apaixonada.
- Eu também preciso, preciso exageradamente muito mais do que pensei que precisasse e ... – suspirei – nada mais importa agora. Nada. – Finalmente respondi.
Seus lábios encostaram nos meus e, mais uma vez, e permaneceram ali, junto a mim, por muito tempo mais. Até que algum de nós absorva o último oxigênio.


Micaela Mariane

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